Vila do Conde Outline by Alexandre Maia

Aqueduto de Vila do Conde

Autor

Informações úteis:

Classificação

Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910

Ano de Construção

Séc. 17 / 18​

O Aqueduto de Vila do Conde é um canal artificial construído para abastecer o Mosteiro de Santa Clara com água proveniente de uma fonte situada a mais de seis quilómetros, situada no concelho da Póvoa de Varzim.

Desde sempre houve dificuldades no abastecimento de água ao Mosteiro. Como forma de remediar esta dificuldade, as freiras utilizavam uma cisterna, recorrendo posteriormente à contratação de serviços de aguadeiros e, mais tarde, a uma grande arca de água.

A construção do aqueduto foi iniciada em 1628 para solucionar esta dificuldade, mas, decorridos alguns anos, a obra foi interrompida pela falta de verba, já que as receitas nacionais foram direcionadas para sustentar o esforço de guerra contra Espanha.

Em 1705, com a estabilização da situação económica do país, propiciada pelo início da exploração do ouro no Brasil, a obra do aqueduto foi retomada pelo engenheiro militar Manuel Pinto Vila Lobos – um dos principais protagonistas do desenvolvimento da arquitetura da Idade Moderna de Entre-Douro-e-Minho, e concluída 9 anos depois.

A água que abastecia o aqueduto provinha de uma fonte da freguesia de Terroso, onde ainda se encontra um pequeno templo com um nicho e imagem de Santo António, mandado ali colocar pelas abadessas do convento. Daqui a água seguia debaixo de terra até Beiriz e posteriormente através de uma parede até uma estrutura em padieiras que se ligavam aos arcos durante aproximadamente cinco quilómetros até ao convento onde a água era jorrada do chafariz do claustro.

Este aqueduto, que atravessa o concelho de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, é formado por 999 arcos e tem cerca 5 km de extensão, o que faz dele o segundo aqueduto mais extenso de Portugal, constituindo-se como uma das principais obras da arquitetura civil da Idade Moderna do norte de Portugal. Representa quase um século da história marcado pela falta de recursos, o que se verifica no corte irregular da pedra do aqueduto e nas mudanças de direção dos arcos – adaptados à parte territorial que menos despesa implicava ao convento.

Do conjunto inicial, já muito fracionado, resta ainda uma grande parte da estrutura, sendo o troço da Igreja de Santa Clara até ao limite do concelho de Vila do Conde o que se encontra em melhor estado de conservação.

Bibliografia:

FREITAS, Eugénio Cunha e, “O Aqueduto de Santa Clara de Vila do Conde” in “Boletim de Vila do Conde”, n.º 2, 1961

MAIA, Luiz, “O Aqueduto do Mosteiro” in “Illustração Villacondense”, n.º 1, 2 e 4, janeiro de 1910.

Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

twenty − 6 =

Este site usa cookies para melhor a sua experiência online.